"A unção do meu ofício não tem nada a ver com a unção da minha vida". Essa frase resumiu o ápice da pregação de Benny Hinn durante a Escola Profética conduzida pelo Ministério Joel Engel na última quinta-feira (19), em Campinas, interior paulista.
Benny contou que ficava intrigado ao ver pregadores que, ainda que estivessem vivendo uma vida pecaminosa, eram cheios da unção de Deus em suas pregações. "Eu pensava: como eles podem ser ungidos se vivem uma vida leviana? Eu conheci um homem que tinha quatro namoradas, e quando pregava aos domingos de manhã - poder! E eu pensava: como isso pode acontecer?", questionou.
O pregador conta que esses questionamentos começaram a surgir quando ainda era jovem no ministério. "Quando você está num ministério como eu estou, você acaba conhecendo muita gente, e ouve muitas coisas atrás das portas. Alguns destes pregadores que eu conheci quando era jovem eram, simplesmente, pessoas impuras e imorais. Mas eu não queria prestar muita atenção nisso, porque eu sabia que isso poderia mexer comigo. Então eu ignorava."
O início das lutas
Para ilustrar com autoridade a mensagem da pregação, Benny Hinn usou sua
própria experiência de vida, expondo, no púlpito, as lutas que
enfrentou em sua família e ministério. "Em 2010, eu passei por um
desafio na minha vida, e isso pode acontecer com qualquer um", observou.
"A minha esposa vem de uma grande família, muito ricos no espírito. O
pai dela acabou perdendo o ministério por causa de uma mulher.
Aconteceu, não preciso negar; e a família foi destruída. Quando meu
sogro perdeu a igreja dele - a maior igreja dos Estados Unidos - o filho
dele, depois, foi encontrado morto por overdose de drogas. As duas
irmãs da minha esposa se desviaram, e estão até hoje fora dos caminhos
do Senhor. Quando o Roy perdeu o ministério, a família dele desabou",
conta Benny Hinn.
Consequências do divórcio
Depois do escândalo na família de sua esposa, Suzanne Hinn, um período
turbulento marcou o processo de separação do casal. "Minha esposa
começou a ter lutas com a identidade dela. Eu estava viajando, pregando e
ministrando, enquanto minha esposa estava emocionalmente morrendo.
Acabamos enfrentando o divórcio", conta o pregador.
O casal ficou separado durante três anos, causando grande polêmica no
meio evangélico e um abalo na vida familiar, ministerial e espiritual de
Benny. "Esses três anos foram muito terríveis. Um dia, eu e minha
esposa fomos ter uma longa conversa, e foi horrível, uma guerra. E como
resultado desse divórcio, minha força espiritual começou a ser afetada",
conta.
Abalo na família- "Os meus filhos começaram a sofrer como resultado
disso. Eles estavam muito irados e feridos. E aí você começa a ver sua
família desabar", conta.
Desta fase, Benny Hinn tirou um grande aprendizado e alertou: "Eu não me
importo quem você seja, e nem quão forte seja você, mas quando sua
família começa a desabar, a sua caminhada com Deus é afetada. Isso afeta
sua vida de oração, sua fome, e você começa a lutar para sobreviver.
Você não consegue focar espiritualmente quando você está em modo de
sobrevivência."
Ministério 'inabalável'
Mesmo com todos os acontecimentos em sua vida pessoal, a unção
permaneceu sobre o ministério de Benny Hinn. "Isso começou a mexer
comigo. Eu perguntava: 'Senhor, por que está me ungindo sabendo que eu
estou lutando pela minha vida?'. De início Ele não me respondeu, mas eu
comecei a perceber, dia após dia, o perigo em que eu estava."
"Eu ia para uma cruzada ou um culto e Deus me usava. Um dia eu orei:
'Querido Jesus, eu sei o que Senhor disse nas escrituras, que muitos
virão dizendo 'Senhor, Senhor, fizemos grandes coisas em seu nome', mas
você dirá a eles 'eu não te conheço'. E as lágrimas escorriam pelo meu
rosto. E eu olhei para cima e disse: 'Querido Jesus, não permita que eu
seja um deles", abre o pregador para cerca de 3.500 líderes, reunidos
para escutar sua ministração.
A transformação
"Você sabe o que mudou?", questiona para a igreja. "Quando Deus começou a
visitar minha vida. Eu fui tão baixo, bem lá no fundo, e disse: 'eu não
vou continuar mais um dia, não vou pregar mais uma mensagem, a não ser
que o Senhor visite a minha vida'", contou.
"O Senhor já me visitou quando eu não O conhecia, eu queria que Ele me
visitasse de novo. Essa oração veio do meu coração, e nem sei por que
disse isso: 'Querido Jesus, mesmo que o Senhor me mande para o inferno,
eu ainda Te amarei'. E eu senti o toque do Espírito Santo", expôs Benny,
de maneira sincera, sua experiência com Deus.
"Quando eu disse aquilo tudo mudou. Eu tenho descoberto Jesus de uma
maneira completamente nova, e Ele começou a restaurar minha própria
vida. Isso começou a acontecer em 2011, e tem sido marcante até hoje",
disse.
Restauração do casamento
Benny Hinn contou que sua entrega a Deus foi a chave para a restauração
de sua família. "Foi isso que curou a minha família". Minha esposa olhou
no meu rosto, e disse: 'Benn, eu vejo Jesus nos seus olhos. Vamos ficar
juntos novamente'.
"Graças a Deus, hoje, o Senhor curou o meu casamento. Vou dizer algo: no
nosso caso, o divórcio foi a melhor coisa que nos aconteceu. Alguns
pastores aqui estavam no meu casamento - o segundo casamento, com a
mesma mulher. O Senhor curou o nosso relacionamento e a minha esposa
completamente", conta o pregador.
O perigo da unção
Benny Hinn explicou que a unção que veio de sua entrega sincera à Jesus
foi o que mudou sua vida. No entanto, há uma diferença clara entre a
unção pessoal, que tem uma ligação direta com a presença de Jesus na
vida de uma pessoa, e a unção ministerial, que está relacionada com o
ofício que Deus colocou na mão do homem.
"Eu aprendi o perigo disso. Comecei a entender que a unção do meu ofício
não tem nada a ver com a unção na minha vida. A unção na minha vida é o
que mantém o fogo de Deus na minha alma. É essa unção nos nossos
corações que precisa ser cuidada", disse. "A unção no ministério é como
um peso que você carrega. Se a unção do seu coração começar a
enfraquecer, a unção que está no seu ministério vai te destruir".
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