16/04/15 -
O delegado do 4º Distrito Policial de Franca abriu inquérito para apurar denúncias de estelionato contra um empresário do Jardim Aeroporto III. Entre as vítimas estão 12 integrantes de uma única família.
Com a promessa de aposentadoria privada após 12 contribuições, a família aderiu ao programa apresentado pelo empresário e o viu desaparecer junto com R$ 150 mil.
A polícia estima que o número de vítimas possa chegar a mil pessoas. O suspeito (nome completo não revelado) teria faturado mais de R$ 2 milhões.
O golpe foi denunciado na semana passada.
O empresário, de prenome Cláudio, de acordo com integrantes da família que registrou os fatos, frequentava a mesma igreja evangélica que eles. Aproveitando-se da boa fé e da estrutura religiosa, o empresário convenceu dezenas de fiéis com suas explicações de como funcionava o projeto "Providência Tomada" . A adesão foi significativa. Entre os que "aderiram" está uma ajudante de 40 anos. Ela, o marido, metalúrgico de 41 anos, e até o filho de 14 anos, "aplicaram" R$ 37,5 mil na "empresa".
Dezenas de contratos foram assinados entre integrantes da igreja (nome não revelado) e a "Empresa Providência Tomada". O acusado garantiu que cada contratante receberia um cartão de benefícios e, após o pagamento de 12 boletos bancários, teriam bonificações denominadas "Estabilidade Financeira". "A promessa era repassar o fluxo de caixa da empresa, junto com uma aposentadoria privada", disse uma das vítimas.
Pagamentos foram efetuados e cada pessoa investiu de acordo com seu interesse nos supostos rendimentos futuros. Uma das vítimas, serralheiro de 44 anos, assinou contrato de adesão até para o filho de 5 anos. A vítima mais velha tem 67. "(Na igreja) Você está em meio a pessoas que você confia. São todos frequentadores da mesma igreja e acreditamos nas pessoas que estão ali. Ele foi convincente em suas explicações e enganou a todos", disse uma mulher que teve o nome incluso no "plano" pelo marido.
Sem bônus
As "bonificações", denominadas "Estabilidade Financeira" (devolução dos valores de cinco dos 12 boletos pagos) prometidas pelo empresário após um ano, não foram repassadas. As primeiras desconfianças surgiram. "Foram incessantes pedidos de pagamentos das bonificações, pois muitos já estavam se sentindo prejudicados e com enormes prejuízos após tamanho investimento e nada", desabafou uma vítima.
Após descobrirem que Cláudio poderia estar agindo de ma fé, a família lesada propôs que ele pagasse a dívida com bens móveis e imóveis adquiridos ao longo do período de investimento no negócio. O acusado, porém, teria se negado a vender bens e, no último dia 23 de março, teria fugido de Franca. Acompanhada de uma advogada, a família da zona Sul de Franca denunciou o fato à polícia. Um inquérito foi aberto.
Ao mesmo tempo em que tenta localizar o acusado através de investigação, a Polícia Civil prepara vários pedidos à Justiça. O delegado Dalmo Mateus Polo vai requisitar as quebras dos sigilos bancários, fiscais e telefônicos do acusado. Ele também espera identificar outras vítimas do golpe.
Fonte: GCN