Uma breve exposição sobre o Carnaval
Quando falamos da maior festa popular brasileira, não podemos deixar de abordar seu contexto histórico, cultural e místico. Como historiador posso buscar nos documentos e fontes históricas os vários povos no passado, que tinham suas festividades envolvendo cultura, religião, promiscuidade e paganismo. Sobre os Mesopotâmios e Babilônicos na antiguidade já foram escritos livros, relatando as festas populares, envolvendo seus mitos, culturas e devassidão.
Essas festas seguem os homens em toda sua história. Podemos observar em todos os extremos da terra que, a humanidade é marcada por esses atos, e expõem aquilo que está intrínseco em cada ser. As festas culturais são manifestações do cotidiano social, entretanto, são manchadas com o dissabor daquilo que lhes é oferecido no dia a dia, tal qual: Violência, depravação, ódio, barbárie, intolerância e etc. Na Idade Média essas festas populares eram comuns entre os campesinos e pessoas mais pobres. A medida que o homem foi evoluindo socialmente, essas festas também iriam acompanhando o desenvolvimento cultural e místico das pessoas, abrangendo todas as classes sociais.
As associações entre o carnaval e as orgias podem ainda se relacionar às festas de origem greco-romana, como os bacanais (festas dionisíacas, para os gregos). Seriam festas dedicadas ao deus do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos), marcadas pela embriaguez e pela entrega aos prazeres da carne.
A palavra carnaval é originária do latim, “carnis levale”, cujo significado é “retirar a carne”. O significado está relacionado ao jejum que deveria ser realizado durante a quaresma e também com o controle dos prazeres mundanos. Isso demonstra uma tentativa da Igreja Católica de enquadrar uma festa pagã. O que podemos aprender com esse pedaço da história é que, a própria igreja romana, deu aval ao povo para ir às ruas celebrarem suas festas, com o intuito de que mesmo assim a igreja fosse beneficiada. A tentativa de usar as festas pagãs para trazer o povo para o ideário católico não seria bem sucedida séculos depois, pois essas mesmas festas sofreriam transformações, tornando-se encontros de resistência contra a própria igreja.
Quando tratamos do carnaval no sentido espiritual devemos ter cautela. Essas festas trazem deuses e ritos de várias esferas sociais. Os mitos, deuses e rituais usados nas festas, são usados como intensificadores de um grupo ideológico. Podemos observar que muitos grupos que defendem a homossexualidade usam de seus mitos e deuses para fortalecer seu ideário. Grupos defensores do aborto usarão de subterfúgios religiosos para fomentar o ideário coletivo.
As festas carnavalescas, no atual momento têm suas propostas transmutadas e reduzidas em detrimento das entidades e divindades expostas nas músicas e danças. A ideia de espiritualizar o carnaval, como feito pela igreja na idade média, somente potencializa, em grande parte, a proposta mundana e promiscua ali representada.
O Capitulo 106 de Salmos retrata bem o que aconteceu no vale do Sinai, logo após a passagem do povo de Israel pelo Mar Vermelho.
Antes se misturaram com os gentios, e aprenderam as suas obras. E serviram aos seus ídolos, que vieram a ser-lhes um laço. Demais disto, sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios, E derramaram sangue inocente, o sangue de seus filhos e de suas filhas que sacrificaram aos ídolos de Canaã; e a terra foi manchada com sangue. (Salmos 106:35-38)
Os homens, em momentos como este, ao misturarem vinho, sexo, prazeres momentâneos, crendo na legalidade de um deus qualquer, fortalecendo suas próprias concupiscências, acabaram se perdendo e deixando a herança de Deus que lhes seria a terra prometida. O carnaval evoluiu nas danças, nos trajes, nas musicas e no ideário coletivo, e também na violência, alto consumo de drogas, gravidez indesejada, DST, sujeira nas ruas, gastos públicos, acidentes de trânsito... Mas o carnaval atual ainda tem o mesmo sentido da antiguidade. Uma festa que exalta o prazer, o momento e os sentimentos ocultos. Lamentavelmente após essas festividades os homens percebem que nada receberam, nada construíram e que ao chegarem em casa terão que pagar todas as contas daquilo que gastaram....
Fabio Libre
Professor de Historia
04.02.2019
Obrigada por seu comentário Higina, é muito importante para nós
gostei bastante do texto, e acho válido ter essa informação.
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