19/07/15 -
Tania Regina Levy, cantora gospel de 38 anos, principal suspeita de matar o marido, Eliel Silveira Levy, o guarda municipal. Ela foi presa no final da tarde de quinta-feira (16) em Piracicaba (SP). O crime ocorreu em setembro de 2013. O corpo da vítima, que tinha 37 anos, foi encontrado no porta-malas de um carro incendiado em São Pedro (SP).
O mandado de prisão contra ela foi expedido na quarta-feira (15). De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, os policiais que investigam o caso descobriram que ela estava em uma residência na Rua Luiz Vaz Toledo Piza, no Jardim Ibirapuera, em Piracicaba, e cumpriram a ordem de prisão preventiva.
A cantora passou por exame de corpo delito e foi encaminhada para a Cadeia Pública Feminina de Santa Bárbara d´Oeste (SP) na noite de quinta (16), onde deve ficar até o dia do julgamento. A advogada dela foi procurada pela reportagem, mas não retornou às ligações.
O crime foi registrado como homicídio qualificado e os trabalhos levaram mais de um ano. "Fizemos um relatório muito profundo, colhemos materiais e provas, apuramos evidências e apresentamos ao delegado. Por isso, o processo levou bastante tempo", afirmou o policial.
A suspeita já tinha sido ouvida pelo delegado Marcel Willian Oliveira de Sousa em dezembro de 2013. Na ocasião, ele não quis comentar sobre o conteúdo do depoimento e disse que só finalizaria o inquérito após terminar as diligências, receber os laudos periciais pendentes e ouvir todas as testemunhas.
Relembre o caso
O irmão de Levy comunicou o desaparecimento do casal à Polícia Civil no dia 16 de setembro de 2013. Na mesma data, um Volkswagen Gol preto pertencente ao guarda municipal foi encontrado com ossos humanos carbonizados numa área rural do bairro Santo Antônio, em São Pedro.
A perícia apreendeu no veículo da vítima um carregador de pistola, um distintivo e partes de instrumentos musicais. Desde que a Polícia Militar achou o veículo queimado, a família estava sem notícias do casal. O outro carro usado pelos dois, um Hyundai Elantra, também não tinha sido localizado pela polícia, segundo o delegado.
Laudo
Em outubro de 2013, um laudo da perícia feito pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) confirmou que o corpo carbonizado era do guarda municipal.
O delegado que cuidava do caso autorizou que a ossada da vítima fosse enterrada. Os restos mortais do GM foram enterrados no dia 26 de outubro daquele ano no Cemitério da Vila Rezende, em Piracicaba.
Perícia da Unicamp
De acordo com o professor de odontologia legal da Unicamp Eduardo Daruge Junior, responsável pelo laudo, o trabalho realizado foi feito a pedido da Polícia Científica de Piracicaba. "Assim que me solicitaram, fui atrás de dados da vítima, entrei em contato com centros de radiologia da cidade e encontrei dois dentistas dele, que forneceram prontuários do paciente", disse o professor na época.
Daruge explicou ainda que com os documentos descobriu que Levy fez vários implantes dentários. Ele confrontou os restos de ossos coletados e partes dentárias da vítima para chegar ao resultado do laudo, confirmando que a ossada pertencia ao GM.
Fonte: Globo, texto com adaptações